sábado, 23 de julho de 2011

O Senso Moral de Maria

Maria, pobre Maria. Envergonhada, acanhada, com um furacão dentro dela. Até ontem só tinha transado com o namorado e desde que terminou com ele não sabe o que é gozar, nem mesmo por masturbação. Fica com os meninos nas festas e por mais excitada que fique, nada de sexo! Seu senso moral só lhe permitia algumas apertadas nos seios, bunda e algum manejamento da sua genitália quando acreditava-se seguro de que ninguém estava olhando. Ainda assim por alguns segundos, até atingir a sua consciência.

Passaram-se 3 meses e Maria permanecia casca, já com a sensibilidade praticamente anestesiada. As amigas de Maria davam conselhos, estimulavam ela a tentar se desprender daquele senso moral ultrapassado, mas Maria não conseguia, e isso já estava atrapalhando a sua vida. Parou até de ficar com meninos, não querendo passar mais pelo constrangimento de negar e negar.

Certo dia, Maria foi convidada a ir numa festa na casa de uma amiga. Chegou lá e avistou um lindo rapaz! Alto, moreno, com um ar sorridente e que na primeira troca de olhares veio ao seu encontro.

- Prazer, João!

A química que rolava entre os dois era tão evidente, que começou a se transformar em um circo para quem sabia do problema de Maria. Amigas pressionavam muito para ela, finalmente, se desprender do seu senso moral.

Maria bebeu a noite inteira, tentando aliviar aquela tensão. Bebeu tanto que, de repente, sua visão ficou embaçada, a alegria tomou conta do seu corpo cambaleante. Completamente estabanada, chegou em João caindo sobre o menino. João não achou legal e saiu de perto. Maria se jogou no sofá com uma garrafa de vodka na mão, em meio a muito barulho consegui ver João ficando com sua amiga e foi juntada por Pedro, que a levou pro quarto, transou com ela e saiu contando para todos da festa. Agora Maria tem fama de puta!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Soneto da Maturidade

Tremo, pulso, suo e meus músculos tensos prendem os dedos
Creio, leio, estudo e a dúvida é o que mais me persegue
Sofro, choro, raivo e não gosto por mais que negue
Cheiro, beijo, abraço, e é só mais um dos meus erredos

Amo, odeio, amo de novo e não curo meus medos
Deduzo, entendo, esqueço até que me entregue
Peço, imploro, prometo com a alma mais leve
Introduzo, começo, revejo que são apenas os credos

Eu tento, desvendo, revendo o que me fortalece
Parece pouco, e assim peço mais do que se pede
E faço no meu jardim apagado os floreados

Que me rouba, me suga e nos deixavam anestesiados
É o que sai de mim, de ti e no fundo do coração floresce
O que parte, o que rompe, o que espera e não apodrece.