terça-feira, 25 de agosto de 2009

Minha Bola de Neve

Minha Bola de Neve
O que constrói uma personalidade? O que faz de nós todo esse esbanjamento de amor próprio? O que nos faz defender nossas ideias frente a do outro? O que nos faz querer ser um islâmico? Um católico? um judeu? Me pergunto se eu(como minha forma e mente iguais) tivesse nascido na Palestina ou na Arábia ou até no México, EUA. O que os acontecimentos que, provavelmente, eu viveria iriam influenciar na minha forma de agir e pensar? Sempre costumo dizer que idade é tabu. Idade não é a quantidade de anos que tu já viveu e sim as experiências que tu vive. Começo a contra defender isso.
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Não existe moral nenhuma nas experiências que nós vivemos se não pensarmos de uma maneira geral(sabe, o mundo inteiro). Eu não sou o que eu sou ou o que eu quero ser, eu sou aquilo que o meu mundo fez de mim. Desde criança fui doutrinado pelo meu habitat a ser assim e qualquer pessoa que estivesse no meu lugar teria grande chance de ser assim. Se eu tivesse nascido na favela no Rio de Janeiro, provavelmente, estaria indo agora para um 'baile funk' com um fusiu na cintura e achando a coisa mais linda do mundo, seria a minha contra cultura. E por que eu falo isso? Por que essa é a minha essência, é a de duvidar, de contestar. Um 'favelado' não teve acesso ao conteúdo que eu tive, então ele faz a sua própria contra cultura e isso é lindo!
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Lembrei disso porque quando eu tinha 14 anos gostei muito de uma garota! Fazia tudo por ela e pra ver ela, passava o dia inteiro pensando nela, ligava, ia visitar, era um pé no saco, na verdade(só hoje eu vejo isso). E ela se mudou sem me avisar(sim, sim, fugiu de mim -.-'). Nossa! Eu fiquei mega arrasado, entrei em coma alcoólico, me sentia feio e hostilizado(quem me conhece vai lembrar que eu tinha boca torta, cabelo do Batoré e me vestia muito mal). Isso criou em mim uma barreira muito forte no que se referia a gostar de alguém de novo, desencadeou anos de revolta adolescente. Mas e se eu não tivesse vivido isso? Se nunca tivesse conhecido aquela menina? Como eu seria hoje?
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Difícil analisar a minha vida a base das minhas experiências, posso dizer que não foram poucas e que muitas virão(muitas até eu nem vou lembrar), mas posso dizer que eu sou elas, todas juntas como se fossem uma bola de neve e antes que o aquecimento global destrua-a eu quero ir alimentando-a para que fique tão grande que não caia no esquecimento.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Desabafo

Estou realmente triste hoje. Estranho falar isso já que eu tenho um show pela frente, mas estou. Meus amigos não se habilitam a pagar 5 reais pra ir lá me ver tocar! E olha que eu sempre faço de tudo pra comparecer nos momentos que eles consideram importante, pois acaba sendo importante pra mim também. Vejo que não é recíproco.
É um saco ter que ficar de 'mimimi' pra cá, 'mimimi' pra lá, convidando(e insistindo) para aqueles que eu considero que estarão do meu lado nos momentos mais difíceis, mas logo num momento de alegria ficam se fazendo por causa de 5 reiais ou porque não gostam do lugar, mas que "falcatruagem".
Eu não toco por dinheiro, eu toco por diversão! Por mim todo mundo entrava de graça, mas num da.
Não sei se acordei de TPM, mas estou magoado. Me desculpem aqueles amigos que eu sei que estarão lá e que me dão apoio e quanto aos outros, não se preocupem, eu vou estar lá quando vocês precisarem.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Adeus, Ressaca Moral!

Hoje, segunda-feira, acordei com uma estranha sensação. Ontem terminei com um ciclo de 18 dias festivos ininterruptos, e pelo que eu me lembre(tenho memória progressiva), bati meu próprio recorde e, antes disso acontecer, me lembro de num final de ciclo de 2 ou 3 dias me bater aquela tristeza do "hoje não há o que fazer", mas a tamanha continuidade de diversão constante nessas 3 semanas tem criado em mim uma espécie de blindagem emocional contra a chamada 'ressaca moral'.
18 dias! Meu fígado novo, tão bem cuidado por mamãe e tão maltratado por mim. Seria impossível descrever tudo que eu vi e tudo que eu passei nesses 18 dias em um simples texto. Mas a noite tem essas coisas de nos fazer imaginar que a nossa vida muda depois de acontecimentos tão bizarros. Perde-se garotas, ganha-se amigos, ganha-se garotas, perde-se amigos. Sexo, drogas, música, bebida, incesto, banda nova, banda velha, traição, fidelidade, fortalecimento de laços em meio a tanta promiscuidade vivida intensamente. E da pra imaginar isso como algo repetitivo?
Eu não gosto de parecer tão retórico e nem de deixar meus textos tão subjectivos, mas a gurizada ta levando muito a sério essa coisa de rock'n roll. Parece que ta tudo liberado, ninguém mais tem pudor para fazer as coisas. E pra ti ver como o ser humano é engraçado, o certo não seria achar isso a coisa mais genial do mundo? Isso que me intriga e me faz repensar toda essa revolução cultural e moral que eu tenho acompanhado, essa de que tudo é bonito, legal é tu não precisa se importar com porra nenhuma e vamos nos pela e se querer!
Antigamente nós éramos minoria, essa era a graça! Tu tinha que fazer essas coisas escondido e MUITO BEM ESCONDIDO! ou então se sofreriam consequências drásticas, hoje não! Tu tem uma facilidade em apresentar esse vício que é a vida bohemia e ninguém te contesta mais. Basta jogar a pessoa num bolo de gente com álcool e teu trabalho está pronto: mais uma pessoa fazendo as merdas que tu tanto tinha orgulho de fazer, e como vamos nos sentir mal por exagerar nas coisas que fazemos agora? Adeus, ressaca moral!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Noite

As 6 e meia o sol vai se pondo e meus velhos já estão jantando
Algumas crianças brincam na rua e o amante deixa na cama a mulher nua
Algum marido deve estar chegando em casa, toda cheirosa e bem arrumada
Ele com um sorriso no rosto, a mulher com uma cara amarrada

Adolescente falando ao telefone achando que já é um homem
Olha bater 8 horas no relógio, compartilhando todo o seu tédio
Observar todos brincando, eles não estão errando
Usando as drogas certas agora, enquanto todos foram embora

Não há mais revoltas, desobediências, não se quer saber se tem coerência
Dos fatos, do poder da origem pois ele ainda é virgem
Também não quer mais saber quem é plebeu, quem esta no poder
O pai multiplicou riquezas e a mãe conservou a beleza

Todos juntos por conveniência, que se foda, já me sobra toda a paciência
Vou esquecer de tudo agora e olha a paisagem lá fora
E ainda me falam que é fútil falar de amor
E na seqüência que uma noite de sexo era muito mais útil

Ah! Tanto faz
Quando tudo recomeça do meio
A noite traz
Resquícios de paz, resquícios de incêndio

São 9 horas e o vento ai fora sopra para todo mundo
Sopra veneno, sopra distúrbio, sopra vaidade, que grande verdade!
Dez, onze horas já passa da meia noite, meu bem
Você continua sem ir embora(que saco), eu continuo com a minha miséria

Bom, se vamos entrar na madrugada, vamos manter a chama acesa
Vamos ficar sozinhos, acordados e continuar presos ao passado
Você não vê tudo a sua frente, eu entendo, está tudo embaixo do tapete
Mas quem sabe falta só vontade, falta deixar o ego pela metade

Na madrugada eu me vejo dentro de você, do seu lado
Olhando aquele rosto pálido, dormindo profundamente
Me pergunto o que você está sonhando, o sorriso no seu rosto
Os primeiros raios cruzam a janela, meu sonho é deposto.