sábado, 19 de novembro de 2011

Comentários e Composição

Nunca consegui escrever no escuro, criar um clima noir com personagens cínicos e antipáticos. Ligo a luz, raramente acendo um cigarro ou coloco uma música clássica ao fundo. Meu processo de criação é simples: alguém entra em contato comigo, me conta alguma mentira ou supervaloriza alguma história, nem sempre na primeira pessoa, as vezes vem junto com o famoso "alguém me falou". Pronto, criada aí a primeira linha da minha postagem, agora basta juntar toda a vivência que eu tive com a pessoa.

É aqui no blog que, de alguma maneira, eu transporto toda a minha frustração e descrença com o que eu vivo, vejo, ouço, leio. É tanta coisa! Vou até contar essa última historinha que me contaram.


X.: Tenho que falar uma coisa contigo.

@gr1ngs.: diga.

X.: Onde tu estava ontem de noite?

@gr1ngs.: Na minha casa vendo Cavaleiros do Zodíaco e estudando.

X.: Não tá em Santa Maria?

@gr1ngs.: não.

X.: Me falaram que você estava aqui ficando com um homem ontem e que andou falando mal de mim.

@gr1ngs.: Bom, eu estou em Frederico Westphalen, 350 quilômetros distância, passei a noite no meu quarto estudando para a semana desgastante de provas, trabalhos e artigos que eu tenho pela frente, provavelmente não era eu.

X.: E por quê vieram me falar isso?


Bom, aqui entramos num ponto interessante da conversa, a hora que o "mensageiro" começa a entender que pode não ter sido bem assim como contaram para ele. Criamos então "o vilão da história". Gosto de vilões, gosto de imaginar pessoas muito bem articuladas tentando me ferir ou querendo ferir um outro alguém. Meus vilões geralmente são mulheres, por motivos óbvios, o que já gerou muita discussão por aqui. Mas continuemos a historinha.


@gr1ngs.: Não sei, mas já me acostumei, não me abala mais.

X.: Você fica com homem?

@gr1ngs.: Não.

X.: Vai mentir?

@gr1ngs.: Se falam isso é porque tenho muitos amigos homossexuais e trato eles sem medo. Cumprimento com abraço, beijo no rosto, falo que estava com saudade na frente de quem for. Sou bem seguro da minha heterossexualidade, não preciso de uma fama de macho pra me sentir como tal.

X.: Fiquei muito mal quando soube, tudo que eu queria era esmagar a tua cabeça.


Nessa parte penso que somente somente eu não dou a mínima importância quando se trata de fofoca, esse tipo de fofoca. Tirando alguém que não se possa ter segredos(pelo motivo banal que seja), quem vem te contar uma coisa dessas não pode querer o seu bem, quer contar vantagem, naquela máxima que está encardida numa sociedade competitiva de que você precisa destruir o outro para chegar ao topo, quando seria muito mais fácil se ajudarem. Não que alguém falar que ser homossexual venha a ser uma ofensa, parte da intensão que o delator tinha quando profanou algo sobre alguém.
Bom, agora eu supervalorizo mais ainda e vamos montar a estória...

"
Comentários

BOOM! Foi o que João ouviu do seu quarto enquanto tentava dormir, levantou-se de pressa, pôs a bermuda e correu para a sala. Quando abriu a porta já sentiu o vento gelado da rua, o que fez a sua pele arrepiar. Maria, sua namorada, vinha na sua direção com sangue nos olhos, ele tenta um "olá" meio despretensioso, mas ela lhe devolve um olhar de ódio, passa por ele batida, abre sua mala jogando suas roupas dentro da mesma com muita raiva.

Sem entender nada, mas ainda calmo, João pergunta o que estava acontecendo, porque daquela atitude tão repentina. Maria então para, olha seriamente para ele e solta a famosa frase "Eu sei de tudo". Vamos combinar que ninguém é 100% inocente, na cabeça de João logo veio o dia que ele mentiu pra ir no futebol, no bar com os amigos, que ele fumou, o dia que derrubou cerveja no sofá dela e escondeu com uma roupa que ela gostava. Mas nada disso seria motivo pra ela ficar daquele jeito, nem no mais alto de uma TPM. Lembrou do dia que flertou com a vizinha, com a caixa do supermercado, das belas bundas que observou na passagem, das moças que davam encima dele nas festas quando Maria não via e claro, das conversas machistas sobre mulheres com os amigos enquanto ela não estava por perto. Mas João, mesmo raciocinando tudo isso, soltou a resposta óbvia "tudo o que?".

As próximas duas horas foram de muita conversa, Maria explicando os comentário que ouvira, João contando os fatos. Tudo certo, depois de muito choro fizeram as pazes e dormiram juntos, numa noite de amor puro. Mesmo assim, no outro dia, por via das dúvidas, Maria traiu João. "

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Amor Pelo Meio

Eu sofro por amor. Não por ter um amor que me faz sofrer ou por não ter um amor e me sentir sozinho. Sofro pelo amor que vaga dentro de mim, que procura atenção em cada gesto que uma pessoa que admiro. Sofro por não ter um amor pulsante dentro de mim, nem por coisa, nem por pessoa. Ah, eu sofro. Tenho essa mania de delirar pensamentos que nada mais fazem além que me deixar inseguro, incrédulo, inóspito e muitas outras negações de interioridade sensitiva.

Sofro por amor quando não sou correspondido e quando não correspondo. A ideia de que alguém se sentirá rejeitado me dói tanto quando alguém me nega atenção e carinho. Essa vontade de ver todo mundo se amando, sorrindo, feliz que muitas vezes me transforma num babaca, falante e carente. Por outro lado, me transforma em um ser humano cruel, capaz de proteger o sorriso alheio a qualquer custo.

Sofro porque vejo na minha volta muito amor igual. O da mulher plástico com o homem dólar, do cachaceiro com a prostituta, do artista com a groupie e... bom... enfim..., sempre que eu falo de amor, paro no meio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aquele Bombom...

Comprei um bombom pra ela. Sempre gostei das coisas mais naturais e simples como as roupas velhas que ela usava caminhando pela casa, as suas olheiras das noites mal dormidas em função dos extensos trabalhos da faculdade, o canto da boca suja de comida, o beijo de esquimó tomando sorvete ou o cabelo despenteado de manhã cedo. Gostava do carinho sutil que fazia nas suas costas que a deixava arrepiada, do beijo, do sexo e dos passeios falando sobre os problemas da vida.

Estava no mercado fazendo as compras do mês, fui levá-la de manhã cedo até o ponto de ônibus e aproveitei que estava no caminho. Não deveria fazer compras tão feliz, a mesma saiu cara naquele dia. Mesmo assim quando a menina do caixa me perguntou se queria mais alguma coisa e olhei pro lado aquele bombom chamou minha atenção.

Cheguei em casa, requeijão, queijo, empanado, saladas e outros frios na geladeira. Pão, massas, bolachas e outras coisas no armário. Entro no meu quarto e coloco o bombom cuidadosamente em cima da cômoda do lado da minha cama, esperando ver um sorriso quando alguém avistá-lo. Esperando... Esperando... Esperando...

Esperei 36 horas olhando aquele bombom na cômoda. Nas primeiras 12 horas, olhar pra ele me deixava feliz, 24 horas me deixava com água na boca e no fim já me dava raiva. O mundo lá fora já gritava pra mim, fico confuso, quase estúpido.

Saio, chego no bar, vejo amigos, bebo, ligo e sinto uma certa frieza. Beijo outra menina, uma linda menina e pronto, ela sumiu dos meus pensamentos pelo resto da noite. Acordo, olho para o lado e o cabelo não é o cabelo dela, o cheiro não é o cheiro dela, o contornos nas costas não são mais os mesmos. Vira pra mim, me da um beijo com gosto de chocolate e com a visão ainda meio embaçada consigo enxergar o papel do bombom amassado em cima da cômoda.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Vadia e a Ironia: Parte II

X diz:
grings! meudels ASDHI9SIGFIDFH! Passei uma vergonha domingo. Me passa a Y(menina de má fama aqui na cidade) num carro e grita, oi X e abana. Aff, ainda bem que quase ninguém viu, puta merda.

@gr1ngs diz:
por que? Tu acha que é tão diferente dela?

X diz:
sou diferente sim, bem diferente!

@gr1ngs diz:
por que?

X diz:
porque só ultimamente q andei chutando o balde, ultimamente não, porque agora quase não transo. Eu me sinto mal por isso, a fase q foi cabulosa e intensa, mas no geral eu transo bem menos.

@gr1ngs diz:
então ultimamente tu não era diferente dela?

X diz:
só ultimamente eu me parecia, agora tudo voltou ao normal.

@gr1ngs diz:
então... porque a vergonha quando ela te cumprimentou? Não acha que tu tá julgando ela e não tá julgando a si mesma?

X diz:
mas eu julgo a mim mesma e não faço mais tantas coisas como fazia.

@gr1ngs diz:
tu lembra que faz uma semana que a gente conversou e tu me disse que tava transando com caras demais? uma semana!

X diz:
sim, mas eu parei a uma semana, transei com um cara nesse meio tempo e cortei contatos com várias pessoas.

@gr1ngs diz:
Por que?

X diz:
porque quero parar de transar

@gr1ngs diz:
parar?!

X diz:
parar de transar com essas pessoas, quero transar com dois caras no máximo, mas isso nem vai acontecer.

(...)

@gr1ngs diz:
mas e voltando a Y, tu tava julgando ela.

X diz:
de certa forma sim, é um erro na verdade.

@gr1ngs diz:
acho que criamos "A Vadia e a Ironia: Parte II". É uma pena que as pessoas comentam comigo no msn e não no blog, queria ver a tua reação com os comentários.

X diz:
sei oq devem comentar

@gr1ngs diz:
o que?

X diz:
devem achar que sou uma vadia

@gr1ngs diz:
tu sabe que esse não era o foco dos comentários, embora tenham surgido coisas como "ninfomaníaca burra" em função das tuas contradições. Mais era com o fato de tu sofrer por querer transar muito, com muitos caras e se deixar influenciar por uma conduta moral padrão.

X diz:
Eu imagino, muitas pessoas me chamam de ninfomaníaca. Já pensei na possibilidade, mas não me encaixo. As ninfomaníacas sofrem, transam e querem mais, mais, mais e depois se sentem horríveis não importando quem seja o cara, nem nada. Eu não, eu só me sinto mal se transo com muitos caras, não me sinto mal por transar. Elas pensam o dia inteiro nisso e isso atrapalha vida profissional delas e tudo, definitivamente eu não me encaixo.

Tenho percebido q sinto menos falta disso do que imaginava. Quando tenho coisas importantes e to bem não sinto tanta falta.

@gr1ngs diz:
então era mais uma carência?

X diz:
Acredito que falta de coisa melhor pra pensar e fica pensando só em sexo. ASDFGHIFUHGHIDUFHIDFH. E carência também, agora to bem sabe, to bem feliz e não sinto falta.

domingo, 9 de outubro de 2011

Simplório sem Cortes de um Bêbado no Meio da Noite

Parada no sofá, me olha e me da um sorriso. Em meio a muitas pessoas dentro daquela festa cheia de luz, me sinto estranho, mas vou falar com ela. Está sozinha o que me faz não saber ao certo se está esperando alguém, se quer a minha companhia ou simplesmente sorriu porque eu sou bobo em ficar admirando alguém tão bonita. Decido parar de pensar, tomar uma atitude e ir em direção a garota. Rolling Stones, Dom Quixote e até Chuck Palahniuk! Mas aí chega um cara careca, só consigo achar ele muito feio, não mais bonito que eu, simplesmente não o bonito o suficiente pra ficar com ela, o que me faz sentir feio também ou simplesmente não o bonito suficiente pra ficar com ela.

Ok, me sinto apaixonado. Entendo, nós apenas conversamos e eu aqui como um completo idiota sentindo ciumes de alguém só porque temos os mesmos gostos... não, aconteceu alguma coisa que vai bem além dos nossos gostos culturais.

O cara me olha como quem quer retomar o posto tomado por mim no sofá, mas eu não levanto, como um cachorro querendo marcar território. Ela conversa apenas comigo, nem olha para o careca, mas ele não vai embora! Ele é seu namorado? Queria provocar ciumes? seu amigo ou simplesmente alguém que estava querendo a menina antes de eu avistar?

Sei que ele cansou de ficar por perto, graças a ela que conversava comigo sem nem olhar pra ele.

Convido pra fumar um cigarro na parte de fora da festa e antes do primeiro beijo ela me fala que tinha um relacionamento controverso com o careca. Foi a última coisa que conversamos antes de encostar os narizes, sentir o bafo, o nervosismo que embrulhava o estômago e o beijo. Eu estava apaixonado, me senti o mais feliz dos homens da terra nos primeiros 5 segundos até lembrar que nossa última conversa foi sobre o careca.

Era tão meiga, carinhosa e cheirosa! Mas a noite acabou e eu voltei aos primórdios da minha solidão, mas amanha é um novo dia e eu posso me apaixonar de novo, quem sabe pela mesma mulher.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Frustração

Uma coçadinha embaixo do joelho e a perna inquieta mostrava tamanha ansiedade que não se poderia negar nem a uma criança. O vento que batia na porta e se fazia imaginar um sorriso ao abri-la, mas ainda só se via o corredor vazio. Barulho de carro e uma conferida na rua, todos os lados e somente a companhia dos cachorros. Volta, senta, olha a carteira de cigarros, lembra que cogitou a hipótese de parar de fumar, não quer deixar o cheiro de fumaça no ambiente. Levanta, dobra as roupas, coloca no armário, tenta se distrair, mas a sua atenção volta a mirar a porta. O relógio já marca 22:32. O que pode ter acontecido? Mania de pensar de quem sabe que tudo pode dar errado.

Chega, te olha, te da um beijo.

- Vou poder ficar pouco tempo.

- Por que?

Algum motivo que pouco importa sai e a pressa em tomar nos braços chega. O tempo passa tão rápido que não se vê e lá se foi embora.

Ficou você, a janta, o filme, o vinho e a frustração. Triste você olha para o relógio e ele marca 04:35.

domingo, 2 de outubro de 2011

A Vadia e a Ironia

X diz:
grings, decidi que chega de beber

@gr1ngs diz:
pq? o que tu fez de mal?

X diz:
to dando demais
ASDGUISDUFHGHU9SODIUHUIS9ODFH

@gr1ngs diz:
e isso é ruim?

X diz:
to achando q sim

@gr1ngs diz:
pq?

X diz:
me sinto mal depois, pq além dos caras com quem transo sóbria teria os q transo bêbada, o que aumenta o numero consideravelmente

@gr1ngs diz:
explica melhor

X diz:
Já transo muito sem beber, mais os que transo quando bebo e ainda transo de novo sóbria com os que eu tinha transado bêbada. Isso quer dizer que eu vou transar demais e com muitos caras e eu não gosto disso. Preciso de mais de um pra me apegar, mas daí 6 ou 7 não dá.

@gr1ngs diz:
tu fala como se fosse obrigada a transar com todos

X diz:
eu não sou obrigada, mas eu acabo dando, entende? Não to fazendo nada, não devo fidelidade a ninguém. Vou lá e transo, tenho dificuldades em dizer "ah, não quero transar hj"

@gr1ngs diz:
então é bom que tu tenha vários aí tu não fica sem transar e não passa vontade

X diz:
eu tenho oportunidades demais pra transar ou as vezes, se quero o cara, eu mesma procuro mas não é por sentir tanta falta

@gr1ngs diz:
então, qual a questão?

X diz:
eu tenho dificuldades em dizer "não". Se o cara é bonito ou bom de cama e eu já transei com ele, digo "sim". É simples, mesmo que naquele dia eu não esteja com vontade

(...)

@gr1ngs diz:
tu já transou com quantos caras?

X diz:
acho que 23, mas posso dizer o nome de todos

@gr1ngs diz:
bom, para uma menina de 17 anos, você transa bastante, mas isso não é ruim

X diz:
eu transo muito mesmo, mas esse ano, morando sozinha... Curto tempo e perda de contato

(...)

@gr1ngs diz:
acho que você deve continuar bebendo e dando se isso te deixa feliz

X diz:
as vezes deixa, mas nem sempre. As vezes me sinto mal

@gr1ngs diz:
pq se sente mal?

X diz:
dar demais, me sinto mal, me sinto uma vadia

@gr1ngs diz:
pq?

X diz:
pq é sexo demais, transo com caras demais! Se fosse várias vezes com dois, aí beleza! Mas são vários

@gr1ngs diz:
então, tu só vira uma vadia se as pessoas te verem assim. Não é pecado nenhum transar demais com quem quiser, é até um ato de coragem

X diz:
Mas sei lá, queria tentar diminuir um pouco o ritmo ou pelo menos parar de transar com pessoas que não me acrescentam nada, tipo um cara com quem transei que não me acrescenta nada... a gente nem conversa tirando as sacanagens no coito
ADGBHUIDFHU9DUFHUD9OFIUH

@gr1ngs diz:
existem muitos tipos de sexo tu deve saber bem disso e na moral tu tá assim pq bebeu ontem, levou um cara pra casa e foi bem ruim.

X diz:
eu sei

(...)

@gr1ngs diz:
então... tu te considera uma vadia?

X diz:
sinceramente não me acho uma vadia. Acho que vadias dão pra todo mundo que quer comer elas e eu só do pros que eu quero.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Foto de Namorados

João parado em frente a foto de dois namorados na tela do computador. Era de aniversário de 5 anos de namoro. Não sentia inveja, sentia mesmo era uma confusão dentro de si, um frio na barriga, uma tristeza. Já tinha passado dos 20, mulheres muitas, mas nunca namorou. Era culpa dele? Culpa da sorte? O que havia moldado a sua personalidade até aquele momento da sua vida?

Parou para pensar que nunca encontrará uma garota que realmente quisesse algo sério, mas era mentira! Já tinha tentado inúmeras vezes, nunca conseguindo passar de alguns meses. Começou então a projetar garotas perfeitas, muitas vezes esquecendo o problema interior que sofria.

Namorada não precisaria ser perfeita, teria de andar de ônibus com ele, sem frescuras. Queria mesmo que ela fosse amorosa, quase uma tarada. Mas e as meninas que passaram pela sua vida? E os erros que ele cometeu?
Essas estradas do amor é coisa de criança, pensava João, depois de velho toda a ilusão se acaba. Os valores são outros, as prioridades são outras.

Um amigo chamou João para beber, mesmo sendo terça-feira, ele, mesmo cansado, aceitou. Algumas cervejas, confissões de carência, um flerte com a mesa ao lado, duas meninas bonitas. Sentados os 4 na mesma mesa. A menina de João era realmente bonita, ele adorou conversar com ela, já se imaginava namorando, dormindo juntos, cozinhando...

Já se passava da meia noite e todos devidamente embriagados, os meninos, como excelentes cavalheiros levam as meninas em direção a suas casas. Durante o caminho João se surpreende, a menina da foto com outro homem na rua, opa, beijando outro homem na rua, hey, entrando dentro de uma casa com outro homem!
No outro dia João se apressou em sair sem ser visto.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Álcool e Redes Sociais

O dedo ficou preso. Não conseguia digitar. Abria a janela, fechava a janela. A janela subia indicando que estava online, estalava os dedos, coçava o cabelo, batucava com a mão na mesa.

- oi

ESC

Será que deixou algum indicativo de que ia falar alguma coisa? Melhor falar algo logo, pode parecer nervoso, retardado.

- Adorei o teu último tweet...

ESC

Não, isso não. Vai parecer um stalker, conferindo o que ela faz o dia todo e isso não quer transparecer.

Para e olha aquela foto de mural que ela acabou de postar, tão linda, tão poética, frio na barriga, tremedeira na mão. Não resisti. Acendi um cigarro. Mais relaxado você percebe que não aconteceu nada demais, você só bebeu demais, essas coisas acontecem, ela iria entender. Melhor falar de uma maneira despojada, bem humorada, mostrar que está tranquilo.

- E aí, moça! Tudo tranquilo?

...

Vácuo.

É, ninguém mandou beber demais.


sábado, 23 de julho de 2011

O Senso Moral de Maria

Maria, pobre Maria. Envergonhada, acanhada, com um furacão dentro dela. Até ontem só tinha transado com o namorado e desde que terminou com ele não sabe o que é gozar, nem mesmo por masturbação. Fica com os meninos nas festas e por mais excitada que fique, nada de sexo! Seu senso moral só lhe permitia algumas apertadas nos seios, bunda e algum manejamento da sua genitália quando acreditava-se seguro de que ninguém estava olhando. Ainda assim por alguns segundos, até atingir a sua consciência.

Passaram-se 3 meses e Maria permanecia casca, já com a sensibilidade praticamente anestesiada. As amigas de Maria davam conselhos, estimulavam ela a tentar se desprender daquele senso moral ultrapassado, mas Maria não conseguia, e isso já estava atrapalhando a sua vida. Parou até de ficar com meninos, não querendo passar mais pelo constrangimento de negar e negar.

Certo dia, Maria foi convidada a ir numa festa na casa de uma amiga. Chegou lá e avistou um lindo rapaz! Alto, moreno, com um ar sorridente e que na primeira troca de olhares veio ao seu encontro.

- Prazer, João!

A química que rolava entre os dois era tão evidente, que começou a se transformar em um circo para quem sabia do problema de Maria. Amigas pressionavam muito para ela, finalmente, se desprender do seu senso moral.

Maria bebeu a noite inteira, tentando aliviar aquela tensão. Bebeu tanto que, de repente, sua visão ficou embaçada, a alegria tomou conta do seu corpo cambaleante. Completamente estabanada, chegou em João caindo sobre o menino. João não achou legal e saiu de perto. Maria se jogou no sofá com uma garrafa de vodka na mão, em meio a muito barulho consegui ver João ficando com sua amiga e foi juntada por Pedro, que a levou pro quarto, transou com ela e saiu contando para todos da festa. Agora Maria tem fama de puta!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Soneto da Maturidade

Tremo, pulso, suo e meus músculos tensos prendem os dedos
Creio, leio, estudo e a dúvida é o que mais me persegue
Sofro, choro, raivo e não gosto por mais que negue
Cheiro, beijo, abraço, e é só mais um dos meus erredos

Amo, odeio, amo de novo e não curo meus medos
Deduzo, entendo, esqueço até que me entregue
Peço, imploro, prometo com a alma mais leve
Introduzo, começo, revejo que são apenas os credos

Eu tento, desvendo, revendo o que me fortalece
Parece pouco, e assim peço mais do que se pede
E faço no meu jardim apagado os floreados

Que me rouba, me suga e nos deixavam anestesiados
É o que sai de mim, de ti e no fundo do coração floresce
O que parte, o que rompe, o que espera e não apodrece.

domingo, 26 de junho de 2011

Soneto do Aconchego

Na parte de dentro a gente mora
Atrás da porta é suplemento
Nós dois aqui, casal sedento
Longe daqui a gente chora

Faz frio na parte de fora
É quente na parte de dentro
Com você aqui reinvento
O mundo que a gente ignora

Um sentimento turbulento?
Quando você sai e vai embora
Não importando o pesar da hora

É o frio do seu momento
Mas ai basta me dizer "agora"
E o frio volta a ser aquecimento.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Tesão e o Amor

Lá estava João no frenesi, no desvario, na excitação arrebatadora, no entusiasmo delirante, na impertinência e na importunidade e solidão de sua masturbação. Virava os olhos para trás estimulando seu órgão genital com tamanha força ao parecer de arracá-lo naquela prática não-penetrativa. Ahhh, a vitória, o prazer, a culpa! Vira a cabeça pro lado inclinando-se no travesseiro sem entender porque ela não estava ali com ele, o que ocorrera de errado? Pois João, mais uma vez, não é o personagem principal dessa história.

Luana, ao mesmo tempo que João se masturbava, estava no quarto de um cara que ela havia conhecido a pouco mais de 3 horas. Transavam no campo da fecundidade, ele beijava aqueles lindos seios, tão brancos que se podia ver as artérias, com furor e tesão de um virgem. Ela em cima dele gemia de uma maneira tão violenta que seu pensamento voava e por vezes fazia o garoto duvidar de sua competência. Os corpos tremem, ele ejacula, ela contrai a sua musculatura genital, as pernas dele froxam, as dela apertam, o pensamento dele cessa, o dela transcende, foi o clímax do prazer sexual. Luana caiu para o lado e João veio na sua mente e o porque dele terminar com ela.

João conheceu Luana numa festa. Andando sozinho em meio a multidão esbarrou naquela ruiva de parar quarteirão. Ela usava um vestido de couro preto, com uma meia calça vermelha e um decote gigantesco! Ele, já extremamente alto, viu sua atividade cerebral chegar a 0%. Algumas horas depois estavam no banheiro da boate respirando a respiração do outro, mais algumas horas e estavam na casa de João e 2 dias depois ainda não aviam separado seus corpos. Havia algo diferente ali, algo que João jamais tinha experimentado, talvez parecido, mas nunca igual. Aquela menina mexia com algo dentro dele que não era amor, mas era algo tão forte quanto qualquer sentimento que ele sentiu antes.

Luana conheceu João numa festa. Observava-o já à algum tempo, só que o pasmado não olhava para ela. Quando o viu andando sozinho não pensou duas vezes, atravessou seu caminho causando um confronto. Ele estava visivelmente alterado pelo álcool, mas era lindo, o que fazia ela ascender o sorriso mais brilhante da festa, deixando a boca vulnerável para que ele pudesse exitar, e ele o fez. Algum tempo depois, quando ela piscou os olhos, estavam no banheiro do lugar, todo desajeitado como se ela fosse um copo d'água e ele um camelo. Transaram, ele gozou, ela não. Foi para a casa de João ao fim da festa. João tratava ela com um carinho que ela jamais tinha recebido de um cara que acabara de conhecer antes, ela se sentia a vontade e segura de uma maneira que poderia ficar ali abraçada com ele para sempre.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Meio da Tarde

15:18 horas

Duvido muito que isso vai dar em alguma coisa, mas de qualquer maneira estou aqui sem fazer nada mesmo, então vamos logo com isso. Essa perna que não para de tremer, o café já não me deixa ligado, me deixa tonto, quase enjoado, acho que exagerei na dose. Os músculos doem, mesmo eu não tendo feito força, estico aqui, estico ali. Pronto, agora dói minhas costa, giro o pescoço e da uma estalada... Caneta fora do lugar, olha essa sujei...

15:19 horas

Olha essa sujeira na minha mesa! Passo um pano...hmm. Reparei que meu playlist acabou, como? Escutei o sertanejo romântico do meu colega da mesa ao lado. O que escutar agora? Hmmm, Foo Fighters, Rolling Stones, tá, deixa rolar... Nada no twitter, facebook, ork..., hãm, globo.com, ninguém no msn, nada no joguinho online...

15:20 horas

Estalo os dedos, movimento os ombros e giro o pescoço de novo, estico as costas, nossa! Estalo bom! Hmm, veja quem conectou no msn. "oi" ... Olhadinha pro lado (15:20) mais uma olhada (15:20) ... "Fulana aparece offline". Vou no banheiro.

15:24 horas

"E ai, colega, como foi o final de semana?"
"ah, fui no pagode e..."

Ok, não tem jeito, vou trabalhar.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

João, O Cafajeste Machista

João, no auge dos seus 14 anos, com seus hormônios expelindo pelas orelhas, com suas roupas grunge, sua banda grunge, seus livros sobre aristocracia, democracia, anarquia, ..., com seu cabelo comprido, com toda a sua rebeldia sem causa, com toda a sua idolatria ao marginal e com toda a sua revolta contra seus pais, professores e colegas que não exerciam do mesmo protesto, conheceu Manu. Tão bonita, olhos numa mistura de verde, azul e riscos amarelos em direção a pupila que pareciam raios de sol e, apesar dos seus 13 anos, seios avantajados! João estava no céu, não brigava com seus pais havia uma semana, tomava banho todos os dias, até estudava na tentativa de não parecer o ignorante que não era. Durou um mês até um amigo ligar dizendo que viu Manu com outro menino.
João não fez nada, simplesmente não falou mais com Manu, não ligou mais, talvez esperando que ela o fizesse e desse alguma explicação que ele acreditaria, mas não aconteceu. Manu não ligou, também não falou mais com ele. Se reencontraram uns anos mais tarde na saída de uma festa de criança, ela com seu filho de pouca idade que não herdou seus olhos.

João já com 15 anos conheceu Aline no shopping. Ela e seus 16 anos pareceram muito atraentes a quem tinha perdido a virgindade a poucos meses. Era bonita, apesar de uns dentes tortos, tinha seio e bunda, que dava pra ter certeza que não eram sutiã de enchimento. Deram alguns beijos na praça do cinema, ela elogiou a sua jaqueta de couro, ele o seu cabelo vermelho. Deram uma volta, pegaram telefone e foram embora. João não se emocionou nem um pouco, sabia que jamais voltaria a vê-la. Não foi o que aconteceu uns dias depois quando a menina ligou querendo vê-lo. João ficou em êxtase! Uma menina jamais teria demonstrado tamanho interesse por ele antes.
João e Aline se encontraram muitas vezes durante 2 meses, se telefonavam todos os dias, se davam presentes, mas com o passar do tempo João foi vendo que somente ele ligava, somente ele dava presentes, somente ele se importava como tinha sido o dia do outro, somente ele queria marcar encontros e Aline, pelo contrário, nunca podia. Só que o amor que João sentia já era tão grande que ele não queria acreditar que alguma coisa estava errada, que ela estava se distanciando dele.
João e Aline já não se viam a 2 semanas, sendo que a 5 dias ela não atendia o telefone. João então foi até a sua casa, tocou o interfone e ouviu da avó de Aline que ela tinha se mudado. O chão pareceu fugir dos pés de João, sentiu uma dor no peito que não sabia explicar, os olhos se encheram de lágrimas e aquela sensação de "Por que?" e "O que eu fiz de errado?" não lhe saiam da cabeça.
Durante mais de 6 meses João teve problemas em se aproximar de meninas, só conseguia ter algum tipo de relação com as que tomavam algum tipo de atitude.
Alguns anos depois João reencontrou Aline numa festa e indagou o "Por que?". Ela disse que tinha começado a gostar de outro menino e não sabia como lhe dizer e preferiu até se mudar para a casa do seu pai. Aline hoje é casada com um militar, o mesmo cara que ela gostava, e mora na outra ponta do país. Feliz.

Mas João não sabia do destino de suas paixões aos 17 anos, quando conheceu Fernanda. João sentia-se apaixonado por Aline ainda, depois do término do relacionamento teve uma mudança radial na sua vida. Cortou o cabelo, começou a estudar, sua relação com a família, amigos, professores, com quase tudo em sua volta começou a melhorar, João já era mais experiente, embora muito imaturo ainda, simplesmente já conseguia entender que o amanhã sempre chega e dependia dele que fosse bom ou não. Fernanda era baixinha, gordinha, nem era das mais bonitas, tinha uma boca carnuda e olhos grandes, cabelo chanel e se vestia bem rocker. Ficaram em uma boate em meio a muitas luzes, álcool, cocaína e cigarros. Fernanda era de outra cidade e no outro dia foi viajar, passaram muito tempo conversando pela internet, tanto encantamento que quando se viram novamente já estavam namorando. Tecnicamente a primeira namorada de João. Conviviam diariamente, descobrindo as coisas boas, como a intimidade sexual e as ruim como as brigas que começaram a ficar constantes. João queria moldar Fernanda afim de que ela fosse a menina dos seus sonhos, o que jamais aconteceria. Fernanda era mesquinha dando valor a carro, dinheiro e jantar em lugares luxuosos, coisa que para João com 17 anos sem trabalhar ainda não tinha condições de dar. João preparava jantares, comprou aliança, mas nada disso parecia importar. Um dia Fernanda ligou aos prantos dizendo que precisava conversar. João entendeu na hora. João e Fernanda terminaram, mas continuaram conversando, os dois reiterando que aquilo não deveria ter acontecido, que eles se amavam e deveriam ficar juntos. Problema é que numa festa de meio de semana João descobriu uma traição de Fernanda e ficou louco, foi tirar satisfação com ela que negou tudo, com veemência! João ficou confuso "De novo não!" e "Como é possível!" eram as frases mais ditas por ele. Foi atrás de respostas e descobriu que não foi uma simples traição, ela estava a mais de um mês com um cara que João tinha asco, que era mais velho, que tinha carro e dinheiro. João começou a lembrar de todos os sinais que ele, no alto da sua prepotência, ignorava, acreditando que jamais poderia ser traído por Fernanda, mas foi. Da maneira mais cruel e fria que poderia ter acontecido. Descobriu dias que ela dormia na casa do garoto, que frequentavam os mesmos lugares que João costumava frequentar.

Durante muito tempo João começou a ficar paranóico, achando que não podia confiar em mais ninguém, "será que todo mundo sabia e ninguém me contou?". E sua medo de ser traído e rejeitado ao longo dos anos foi se transformando numa espécie de vingança contra as mulheres. João se tornou um cara cruel, frio, vaidoso, um grande estrategista e estudioso do comportamento feminino. Resolveu não se envolver mais e a entender que a maioria das mulheres adoravam isso, que a maioria das mulheres ao primeiro sinal de sentimento sentiam um medo profundo, pois devem compartilhar das mesmas histórias que João. João era constantemente taxado de galinha e machista o que, na verdade, nunca tinha atrapalhado, pus as pessoas querem mesmo alguém que seja vazio, alguém que vá lhe dar um prazer imediato e que não vai te fazer sofrer depois.
Só que João se apaixonou de novo, muitos anos depois, e a paz que isso trouxe ao seu coração fez ele começar a entender certas coisas que cicatrizaram junto com as feridas no seu coração. De que as pessoas tem todo o direito de errar, tem todo o direito de querer um outro alguém. Refez seus relacionamentos para tentar entender o que poderia ter acontecido. Lembrou que quando tirou a virgindade de Manu, deve ter sido horrível pra menina, que ele era muito grudento com Aline, que ligava todos os dias, sufocando ao ponto dela não ter coragem de dizer que gostava de outro garoto e que tratava Fernanda muito mal, que por ela ser baixinha e gordinha podia fazer o que quisesse que jamais nada lhe aconteceria. João passou a entender que seus erros também influenciaram nos erros delas, que nada justifica a traição, mas que ninguém tem a obrigação de ter maturidade nos próprios relacionamentos. João entendeu que tem muita coisa pra aprender.

Os traumas e a auto afirmação fazem com que as pessoas sejam tendenciosas as quererem criar rivalidades sem sentido como o "Machista x Feminista", o "Hetero x Homo", o "Branco x Negro" como fosse nosso dever criar uma guerra em torno das nossas diferenças para defender os nossos ideais. Guerras são criadas quando um lado em vantagem começa a oprimir o outro. Uma feminista que oprime alguém que não compartilhe de suas ideias é tão cruel e ignorante quanto aquele marido machista que no passado não permitiu que a esposa trabalhasse porque tinha esse poder em mãos. Como o homossexual que descrimina um heterossexual por ele não querer estabelecer um contato mais próximo. O sentimento de vingança tornam as pessoas iguais aos seus inimigos, a falta de respeito a opinião alheia transforma em mostro tudo que é diferente de si, e assim, assim não evoluímos em nada.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Relacionamento: Parte 1

X diz:
viu, tu acha q tem homem q nao merece ser chifrado?

@gr1ngs diz:
só um

X diz:
quem?

@gr1ngs diz:
*o que sabe que foi chifrado e perdoa

X diz:
tah, mas e homem nao chifra por, me fugiu a palavra, vingança, nossa palavra tonta, me fugiu...homem nao trai por vingança?

@gr1ngs diz:
claro que trai, tu quer saber pq o homem que trai não merece ser chifrado?

X diz:
*pode ser tb

@gr1ngs diz:
pq se a mulher devolve na mesma moeda, ela mereceu e isso vale ao contrário tbm

X diz:
hehehehehehe mas e como o cara sabe q a mulher eh merecedora de chifres? se por ventura ele não sabe q ela o traiu?

@gr1ngs diz:
ninguém é merecedor de chifres! Existem 2 maneiras de agir nessa situação: a honesta e a egocêntrica: da maneira honesta quando descobre que foi chifrado(a) terminam o relacionamento; da maneira egocêntrica se sentem no dever de não ficar por baixo numa relação e certamente vão trair também.

X diz:
hehehehehehehe, foda, qual q vc era em relacionamentos?

@gr1ngs diz:
egocêntrica, com certeza

X diz:
sabe grings, vou confessar uma coisa

@gr1ngs diz:
fale

X diz:
pq acredito q vc tem certo discernimento. É to me sentindo completamente paranóica, Eu to num relacionamento q nao me completa, o loko nao me trata como mereço, soh q eu fico na expectativa, bota burra!

@gr1ngs diz:
problema é tu gosta tanto do teu namorado que se sentiu no dever de trair pra não perder ele já que ele te traiu

X diz:
hahahahaha, como assim, grings? pra nao perder ele? boiei

@gr1ngs diz:
Vou te explicar.
Tu descobriu que ele te traia, mas não terminava com ele. Tu é uma menina bonita, não foi carência, foi amor. Tu achou que se traísse ele poderia conviver tranquilamente com o fato de ter sido traída, mas isso não existe, nunca mais é a mesma coisa.

X diz:
minha auto-estima tah baixíssima, a traição nao me tira a paranóia de q ele pode estar fazendo alguma merda! Ele fica fora o dia inteiro e dai de noite nao entra mais em contato, eu sei q to paranóica, que estou vendo coisas onde não tem, só é foda de controlar e eu sinto q ele não gosta tanto de mim quanto os outros namorados que tive

@gr1ngs diz:
pois é, cara, o teu erro foi lá no começo, quando tu deveria ter ficado puta e ter quebrado tudo pq ele ficou com outra menina

X diz:
verdade

@gr1ngs diz:
Por isso que eu digo que o momento de acreditar no amor é no começo, pq no meio o circo já trouxe um elefante gigante pra ficar no meio de vocês dois

...

X diz:
verdade, pior que eu errei, o cara tava nas minhas mãos! Bateram nele o dia que ele me conheceu e quebrou o celular, mas decorou o numero do meu telefone, mesmo bêbado, pq tinha, segundo ele, se apaixonado por mim e eu não me importei, nao querendo me envolver. É assim, quando um cara se encanta, eu cago pra ele, ele tinha ficado fascinado, só tava com ele até agora pq eu to passando por maus bocados na minha vida e se eu nao tiver alguém eu sei lá... essa conversa ia estar mais engraçada com muitas cevas num isopor, cigarros e as tuas histórias hahahaha

@gr1ngs diz:
mas a gente sempre acha que poderia ter sido perfeito sem os erros, né?

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Inverno

Que dia frio aquele! O vento gelado atravessava o couro da jaqueta e a lã da luva como um raio X, a grama amontoava grãos de gelo nas pontas formando uma geada capaz de congelar minhas pernas. Sentei-me no banco do parque, escorei os cotovelos nos joelhos contraindo os ombros e esfregando as mãos forradas pelas luvas uma na outra, acendi um cigarro que ficava amassado em meio aos dedos entrelaçados. Ah, o inverno!

Lá vinha você, linda, primeira coisa que penso de cara, como sempre me hipnotizo quando logo te vejo. Quando me vê dá um sorriso meio sem jeito deixando escapar um pouco de bafo quente que no choque com o ar gelado era visível. Para na minha frente e me olhando nos olhos solta um "oi" esticando os dois pés do chão até alcançar minha bochecha para me dar um beijo, beijo sentido lentamente que quando acabou, deixou um rastro gelado da sua saliva e da ponta do seu nariz, nariz esse que caiu até o meu peito, por descuido, instintivamente procurando calor, o que fez você ficar um tempo ali fugindo do frio, se abrigando em mim. Você volta a se afastar e arruma a touca que caiu para a frente, deixando alguns fios de cabelo soltos e desorganizados, outra risada envergonhada. Ah, o inverno!

Vamos para a minha casa, tem um filme de época muito bom que eu baixei, você comenta comigo que já ouviu falar muito bem e que nunca tinha tido a oportunidade de assisti-lo. Se era verdade, não sei, mas se era mentira, seria melhor ainda! Você tira seu casaco, bota, cachecol e se deita, seguida por mim que arrumava o DVD. O filme parece muito bom, com cenas muito picantes, numa delas, nós dois debaixo da mesma coberta, entrelaçando os pés, ainda em dúvida se olhamos para a tela ou não, nos beijamos, beijo gelado, cítrico, perfeito. Daí por diante avançamos as etapas numa velocidade incrível! Somente em tirar as calças ouve alguma resistência, logo abdicada por um gigantesco edredom que nos cobriu, mas claro que seguimos apenas alguns minutos embaixo do mesmo. Logo o calor tomava conta dos nossos corpos como se estivéssemos no mais alto clímax de verão. Ah, o inverno!

O filme que era para durar duas horas durou pelo menos quatro, mas era realmente bom, sério! Se fosse ruim provavelmente não terminaríamos de assistir. Ao final você me pede um copo d'água, prontamente atendida, já é tarde, mesmo assim ficamos conversando sobre o filme; atuações, direção, relação com a época atual, ficamos falando até pegar no sono, sem perceber... Eu acordo e não tem ninguém ali, me dou conta de que foi mais um sonho, de que meus pés estão gelados, de que eu estou atrasado para o trabalho e de que eu odeio o inverno, mas até que podia amá-lo!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cigarro

Caminhava rapidamente pela rua de Pedra com os punhos cerrados, ao fundo somente o som do vento norte e do latido dos cachorros vindo de todas as direções, a raiva explodindo o peito, o coração batendo pesado e os olhos vermelhos, sem lágrimas ainda, mas evidenciando todo o sofrimento que se passava naquela noite. Para. Tira a carteira de cigarro do bolso da jaqueta de couro, saca o cigarro, mãos trêmulas, o isqueiro custa a acender, teve de escondê-lo do vento atrás da jaqueta. Junta o indicador e o polegar apertando o filtro e lá vem a primeira tragada, não se desperdiçaria ela naquele momento. A palma da mão já seca o nariz que começou a coçar, o andar ficou mais lento e o coração mais leve. Até que parou e olhou para lado, mirou o meio fio e sentou em queda, olhou o cigarro, a fumaça subindo em curva, virando um redemuinho no meio e se espalhando no final. Puxa outra tragada, a mais forte indicado pela brasa queimando mais brilhante. Levanta a cabeça e solta a fumaça com força! E ficou o resto daqueles 5 minutos numa cena cômica que é chorar e fumar ao mesmo tempo. Quando o cigarro acabou as lágrimas também acabaram. Inclinou a bituca entre o dedo médio e o polegar numa espécie de estilingue e o atirou quase que até o outro lado da rua, ainda saia fumaça da sua boca e do cigarro, nenhuma pessoa na rua, eram somente os dois, um romance, uma dependência, o mais puro e verdadeiro amor.

quinta-feira, 31 de março de 2011

A Prova de Amanhã

Nada como o desespero do dia anterior a uma prova que você sabe que vai ir mal, você sabe. Não porque a matéria é a mais difícil ou porque a professora explica mal, é porque você não estudou, simplesmente assim. UM MÊS! Você teve um mês e não estudou pra merda da prova! Depois não sabe porque está quase atrasando o curso e tendo aula com teus calouros.

Bah, legal! A prova foi adiada em mais um dia, e você estudou mesmo assim? Claro que não, seu energúmeno, babaca! Fica jogando e trovando menininhas no computador, bebendo quase todo dia, ensaio com a banda, escrevendo textos idiotas no teu blog, vídeo-game com os amigos, festa, drogas, e a vida passando, olha lá, mais um que se forma e você cada vez mais longe de uma estabilidade financeira.

Pega aquela prova, "que será isso?!", uma olhadinha pro lado, quem sabe? Mas se a professora te pega, adios amigo! Ainda mais que ela te conhece e tá no teu bico. Hmm... mas e essa folhinha escondida ai no meio das tuas coisas, seu safado! Fórmulas, contextos, nomenclaturas, exemplos, tudo muito bem resumido, seu malandro, duvido que ela vá perceber!

MEU DEUS, TU NÃO APRENDE! Como que a primeira coisa que tu faz depois dessa prova é ir beber no bar? Ahhh, acha que foi bem, né? Vamos esperar o resultado então. Lembra que uma cola não te garante nada se tu não entendeu o contexto.

No fim das contas ai está o seu 5. Tá de bom tamanho, continua vivo, mas tu não aprende, [b]SEU FELIZ![/b]

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sala do Café

...e na sala do café eles se encontram. Já tinham trocado um "oi" ou duas palavras no máximo.

- oi!
- e aí!
- tranquilo?
- tranquilo e você?
- de boa.

(...)

- Falei com uma amiga que conhece você. Fique com medo, ela disse pra não encostar em você porque já tem dona.

(risos)

- Dona? Eu não tenho dona.
- Ah, mas ela disse pra mim não encostar em você, que você era dela!

(espanto)

- mas olha só! E o que tu respondeu?
- disse que podia ficar tranquila, tinha medo que pulasse em cima de mim.
- Mas eu num tenho dona não, pode ficar tranquila. E quem é a tua amiga?
- Ah, não posso falar, não posso trair o "Código Feminino".
- Código Feminino?! Mulheres não tem código! Homens tem código!
- Ah, mas acabei de inventar um, o meu código.
- hmm, então esse é o seu código, não o Código Feminino. Mulheres não são e nunca serão unidas o suficiente para ter um código. Mulheres são competitivas.

(...)

- Mas então a tua amiga falou isso e tu não pode, né?
- Não posso.
- Então tu não PODE?
- É, eu não posso.
- hmm, entendi.

E aquele olhar malicioso se seguiu até a saída sa sala.

O Som do Caminhão

O som do caminhão ecoava dentro do estoque de um super-mercado, o descarregamento chegava e todos os funcionários sabiam que deveriam sair correndo para pegar as mercadorias, isso provocava reações diferentes.

João gostava do descarregamento, pois o tempo passava mais rápido, ele olharia para o relógio e sabia que logo estaria em casa.

Pedro não gostava, iria fazer força, ficaria fedorento, esgotado e ia embora de ônibus.

Gilson era indiferente, se concentrava no salário que ganhava no final do mês e na sua namorada de 16 anos grávida.

Roger ia correndo muito rápido e fazia muita força já que o chefe de setor ficava olhando, legítimo puxa saco.

Tomás tinha uma queda pelo motorista que fazia a entrega.

João passou o resto da vida no mesmo emprego, Pedro pediu demissão, mas passou o resto da vida no mesmo tipo de emprego, Gilson virou o novo João, Roger é o novo chefe, agora o chefe é gerente geral e Tomás fez algumas viagens com o motorista do caminhão que o deixou a um mês. Seres humanos hipócritas!