quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Noite

As 6 e meia o sol vai se pondo e meus velhos já estão jantando
Algumas crianças brincam na rua e o amante deixa na cama a mulher nua
Algum marido deve estar chegando em casa, toda cheirosa e bem arrumada
Ele com um sorriso no rosto, a mulher com uma cara amarrada

Adolescente falando ao telefone achando que já é um homem
Olha bater 8 horas no relógio, compartilhando todo o seu tédio
Observar todos brincando, eles não estão errando
Usando as drogas certas agora, enquanto todos foram embora

Não há mais revoltas, desobediências, não se quer saber se tem coerência
Dos fatos, do poder da origem pois ele ainda é virgem
Também não quer mais saber quem é plebeu, quem esta no poder
O pai multiplicou riquezas e a mãe conservou a beleza

Todos juntos por conveniência, que se foda, já me sobra toda a paciência
Vou esquecer de tudo agora e olha a paisagem lá fora
E ainda me falam que é fútil falar de amor
E na seqüência que uma noite de sexo era muito mais útil

Ah! Tanto faz
Quando tudo recomeça do meio
A noite traz
Resquícios de paz, resquícios de incêndio

São 9 horas e o vento ai fora sopra para todo mundo
Sopra veneno, sopra distúrbio, sopra vaidade, que grande verdade!
Dez, onze horas já passa da meia noite, meu bem
Você continua sem ir embora(que saco), eu continuo com a minha miséria

Bom, se vamos entrar na madrugada, vamos manter a chama acesa
Vamos ficar sozinhos, acordados e continuar presos ao passado
Você não vê tudo a sua frente, eu entendo, está tudo embaixo do tapete
Mas quem sabe falta só vontade, falta deixar o ego pela metade

Na madrugada eu me vejo dentro de você, do seu lado
Olhando aquele rosto pálido, dormindo profundamente
Me pergunto o que você está sonhando, o sorriso no seu rosto
Os primeiros raios cruzam a janela, meu sonho é deposto.

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