quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aquele Bombom...

Comprei um bombom pra ela. Sempre gostei das coisas mais naturais e simples como as roupas velhas que ela usava caminhando pela casa, as suas olheiras das noites mal dormidas em função dos extensos trabalhos da faculdade, o canto da boca suja de comida, o beijo de esquimó tomando sorvete ou o cabelo despenteado de manhã cedo. Gostava do carinho sutil que fazia nas suas costas que a deixava arrepiada, do beijo, do sexo e dos passeios falando sobre os problemas da vida.

Estava no mercado fazendo as compras do mês, fui levá-la de manhã cedo até o ponto de ônibus e aproveitei que estava no caminho. Não deveria fazer compras tão feliz, a mesma saiu cara naquele dia. Mesmo assim quando a menina do caixa me perguntou se queria mais alguma coisa e olhei pro lado aquele bombom chamou minha atenção.

Cheguei em casa, requeijão, queijo, empanado, saladas e outros frios na geladeira. Pão, massas, bolachas e outras coisas no armário. Entro no meu quarto e coloco o bombom cuidadosamente em cima da cômoda do lado da minha cama, esperando ver um sorriso quando alguém avistá-lo. Esperando... Esperando... Esperando...

Esperei 36 horas olhando aquele bombom na cômoda. Nas primeiras 12 horas, olhar pra ele me deixava feliz, 24 horas me deixava com água na boca e no fim já me dava raiva. O mundo lá fora já gritava pra mim, fico confuso, quase estúpido.

Saio, chego no bar, vejo amigos, bebo, ligo e sinto uma certa frieza. Beijo outra menina, uma linda menina e pronto, ela sumiu dos meus pensamentos pelo resto da noite. Acordo, olho para o lado e o cabelo não é o cabelo dela, o cheiro não é o cheiro dela, o contornos nas costas não são mais os mesmos. Vira pra mim, me da um beijo com gosto de chocolate e com a visão ainda meio embaçada consigo enxergar o papel do bombom amassado em cima da cômoda.

Um comentário:

  1. lindo, lindo, lindo
    isso.

    P.s: e ainda se borra de desejo nas bordas :)

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